terça-feira, 6 de janeiro de 2009

LIVRE-ARBÍTRIO E PROGRESSO


Livre-Arbítrio e determinismo Livre-Arbítrio é a liberdade de ajuizar, de pensar e, consequentemente, de escolher como agir; é a resolução dependente só da vontade. O espírito (encarnado ou não) tem livre-arbítrio. De outro modo, ele não teria responsabilidade pelo mal que praticasse, nem mérito pelo bem que fizesse. O livre-arbítiro é relativo à evolução do ser. Nas primeiras fases da evolução anímica, o espírito quasenão tem livre-arbíitrio, está mais sujeito ao determinismo, porque, criado simples e ignorante, não tem experiência nem conhecimento ainda, e, assim, não tem capacidade de melhor avaliação e escolha. Nessa fase, Deus, através dos espíritos mais elevados, supre-lhe a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir. O espírito é, então, colocado dentro de situações que não foram por ele escolhidas mas, sim, planejadas pelos orientadores espirituais, a fim de estimular o seu desenvolvimento intelctual e moral. Por exemplo: é submetido ao instinto, que guia o ser aos atos necessários à sua conservação e à da sua espécie. À medida que evolui, porém, quando começa a adquirir experiência e desenvolver suas faculdades, o espírito passa, também, a ter alguma liberdade de escolha. Esse livre-arbítrio irá crescendo cada vez mais, quanto mais evolua o espírito, até não mais ficar submetido a determinismo algum. Mesmo porque, aperfeiçoado, o espírito entende o plano divino e com ele coopera voluntariamente: Jesus: "Eu não busco a minha vontade e, sim, a daquele que me enviou". (Jo. 5 v. 30.) O determinismo em nossas vidas Determinismo é o acontecimento de fatos que afetam o indivíduo, influem sobre ele sem que tenha livre-arbítrio, sem que possa ajuizar e escolher. Apesar de nossa evolução (já somos seres nas escala humana), ainda estamos sujeitos a algum determinismo. Ainda temos condições que nos são impostas pela Providência Divina, visando a continuidade obrugatória de nosso progresso. Ex.: encarnar e desencarnar (Jesus já trnscendia a isso, Jo. 10:17/18), habitar um determinado mundo, enfrentar certo tipo de provas. Podemos dizer, também, que é um determinismo divino recebermos, querendo ou não, as consequências de nossos atos (bons ou maus). Nesse caso, já tivemos o nosso livre-arbítrio ao agir e, agora, a lei divina nos determina colher o resultado do que semeamos. Em certos acontecimentos muito importantes em nossa vida, capazes de influir muito na nossa evolução e que não os provocamos nem tivemos oportunidade correta de escolha, podemos subentender o determinismo de uma expiação ou a necessidade de uma prova programada para nós pela providência divina. Ex.: as grandes dores, posição social ou condições físicas em que nascemos, o encontro com pessoas relacionadas ao nosso destino. Mas, em qualquer desses casos, temos liberdade para escolher o modo como enfrentar e reagir a esses acontecimentos, pois não há fatalidade nos atos da vida moral. Ninguém é arrastado irresistivelmente para o mal; ninguém pratica o mal porque assim está determinado. A situação, o problema, a circunstância se apresentam; mas a decisão de como agir é do espírito; o bem ou o mal que fazemos é, pois, sempre responsabilidade nossa. Livre-arbítrio e progresso Nosso progresso se faz no campo do intelecto e no campo moral. Começa com o desenvolvimento intelectual. Conhecer é o primeiro passo no progresso; pelo intelecto é que tomamos conhecimento das coisas, pessoas, situações, causas e efeitos das ações. Nem sempre há necessidade de experiência direta, pessoal; observando também se aprende, se conhece. Que, em sequência, engendra, produz, gera o progresso moral. Conhecendo, podemos compreender pelos efeitos, o que é o bem e o que é o mal; então, escolhemos já com conhecimento de causa o que vamos fazer. Entramos, assim, no campo moral, porque a inteligência, desenvolvida, aumentou nossa possibilidade de escolha; aumentando o livre-arbítrio, aumenta, também, a responsabilidade. O progresso moral decorre, pois, do progresso intelectual. Mas nem sempre o segue imediatamente. O homem não passa subitamente da infância à madureza. Nem o espírito passa, também, de súbito, de um estado a outro. Para entender se um ato é mesmo obm ou mau, é preciso que conheçamos seus efeitos mais ampla e longamente. Há coisas que de momento, parecem boas mas depois revelam-se más ( ex.: tentações). Às vezes, demoramos a estabelecer conotação entre uma causa e efeito, por isso erramos repedidamente (ex.: vício de fumar). Enquanto estamos conhecendo (fase experimentação), às vezes aplicamos a inteligência para a prática do mal, pensando que é um bem. Mesmo havendo entendido que certo modo de agir é mau, teremos de lutar contra o hábito de pratiá-lo que havíamos cultivado. Mas, ao final, pelo melhor entendimento, abandonaremos o mal e faremos apenas o bem. O progresso é determinação divina (uma das leis naturais). Por esse determinismo divino, o espírito evolui até a perfeição sem nunca retroceder. O espírito pode estacionar temporariamente em seu progresso, se não usar ou usar mal as suas faculdades; mas nunca retrocede, pois jamais perde sua natureza, nem suas qualidades e conhecimentos adquiridos. O progresso dos espíritos é desigual, justamente porque depende do livre-arbítrio de cada um (depende de como se encara e aproveita ou não as experiências e de como se reage ao que nos acontece). A meta final é a perfeição, ou seja, o desenvolvimento de nossas faculdades no mais alto grau que podemos conceber. Os espíritos a ela irão chegando mais ou menos rapidamente, de acordo com o seu empenho pessoal em progredir e a sua aceitação à vontade de Deus. Livros consultados: - "O Céu e o Inferno", 1ª parte, cap. III; - "O Livro dos Espíritos", 2ª parte, caps. I e VI e 3ª parte cps. VIII e X. Extraído do livro Iniciação ao Espiritismo

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