quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PERISPÍRITO

O que ë?
Perispírito é o envoltório semimaterial do espírito.
Também o denominam de corpo fluídico ou corpo espiritual.
Origem e natureza
O perispírito tem a sua origem no fluído cósmico universal, retirado do mundo ou plano ao qual o espírito está relacionado.
É também matéria, como o corpo de carne, mas em estado diferente, mais sutil, quintessenciada; não é rígida como a do corpo físico e, sim, flexível e expansível, o que torna o perispírito muito plasmável sob a ação do espírito.
Assim como o corpo físico, o perispírito tem uma estrutura e fisiologia, mas não tem inteligência nem autonomia. Não é, pois, “um outro ser” mas apenas um instrumento do espírito, tal como o corpo físico.
Funções
1) Liga o espírito à matéria (neste como em outros mundos) e a ele serve de instrumento para agir sobre o plano fluídico ou material.
2) 222) Guarda o registro dos efeitos de toda a ação do espírito (sede da memória).
3) 333) Permite que os espíritos se identifiquem e reconheçam uns aos outros, no plano espiritual.
4) 4) É o molde, a fôrma do ser corpóreo.

Perispírito e encarnação
O perispírito pré-existe ao corpo físico.
Para o espírito encarnar: um laço fluídico (que é uma expansão do perispírito) se liga ao óvulo fecundado e vai presidindo à multiplicação das células, uma a uma, dirigindo a formação do corpo. Quando este se completa, está inteiramente ligado ao perispírito, “molécula a molécula”.
Obeservação importante: do ponto de vista espírita, portanto, desde a fecundação do óvulo, um espírito se ligou a ele e está trabalhando para formar o corpo de que precisa para viver neste mundo e continuar sua evolução.
Sabendo disto, não provocar o aborto, para respeitar o direito de viver do espírito reencarnante, que é um nosso irmão ante Deus.
O uso de anticoncepcional é preferível ao aborto mas não deve levar ao sexo irresponsável. O sexo serve à procriação e à permuta de energias entre homem e mulher. Não deve ser induzido a mero instrumento de sensações prazerosas, nem deve ser exercitado excessiva ou promiscuamente, mas sempre com equilíbrio e responsabilidade moral.
Quem ignorava as implicações espirituais do aborto e o praticou, ou induziu à sua prática, ou de alguma forma o ajudou, procura compensar o mal feito da maneira que estiver ao seu alcance: favorecer o nascimento que antes impediu, ajudar gestantes carentes a terem seus filhos, amparar recém-nascidos, alertar e orientar quem estiver querendo praticar o aborto para que não o faça, etc.
Durante a encarnação: o perispírito serve de intermediário entre o espírito e a matéria, transmitindo ao espírito as impressões dos sentidos físicos e comunicando ao corpo as vontades do espírito.
Observação: quando o corpo é anestesiado ou sofre paralisia, não há nele sensibilidade e o perispírito nada terá a transmitir ao espírito, quanto ao setor corpóreo prejudicado.
Se houver desdobramento, o perispírito temporariamente deixa de ter contato com o corpo e, durante esse estado, pouco ou mesmo nada transmitirá do espírito ao corpo (ou vice-versa), dependendo do grau de desdobramento.

Ao desencarnar: quando o corpo morre, o perispírito dele se desprende e continua a servir ao espírito, como seu corpo fluídico que é e como seu intermediário para com o plano espiritual ou material. Preexistia ao corpo e a ele sobrevive.
“Semeia-se corpo animal, ressurge corpo espiritual”, esclarece o apóstolo Paulo, na sua I Espístola aos Corintios (cap. 15 vs. 44).
Sobrevivendo ao corpo, o perispírito vem a provar a imortalidade do espírito. É ele (e não o espírito em si) que vemos nas aparições e visões; é ele que serve de instrumento para as manifestações do espírito aos nossos sentidos.
Geralmente, a aparência que o perispírito guarda é da última encarnação; ela poderá ser modificada (se o espírito quiser e souber como fazer isso), porque a substância sutil do perispírito é maleável e plasmável.

Sua evolução
O perispírito acompanha o espírito sempre, em todas as etapas de sua evolução.
Vai se tornando mais etéreo, à medida que o espírito se aperfeiçoa e eleva. Nos espíritos puros, já se tornou tão etéreo que, para os nossos sentidos, é como se não existisse.
Conforme a evolução do espírito, seu perispírito apresentará diferente:
- peso: que o fixa a um plano de vida espiritual em companhia dos que lhe são semelhantes;
- densidade: que responde pela sua maleabilidade; a expansão do perispírito é tanto maior quanto mais rarefeito e mais sutil ele for;
- energia: que se revela na luminosidade e irradiação, maior quanto mais evoluído for o espírito. Daí a expressão “espírito de luz”, significando espírito que já apresenta considerável grau de evolução.
A contextura do perispírito não é idêntica para todos os espíritos, ainda que sejam de um mesmo mundo. Isto porque a camada fluídica que envolve um mundo não é homogênea (toda igual) e o espírito, ao formar seu perispírito, dela atrairá os fluídos mais ou menos etéreos, sutis, segundo suas possibilidades.
Espíritos inferiores tem perispírito mais grosseiro e, por isso, ficam imantados ao mundo que habitam, sem se poderem alçar a planos mais evoluídos. Alguns chegam a confundir seu perispírito (de tão grosseiro que é) com o corpo material e podem experimentar sensações comparáveis às do frio, calor, fome, etc.
Os espíritos superiores, ao contrário, podem livremente ir a outros mundos, fazendo mutações em seu perispírito, para adapta-los ao tipo fluídico do mundo aonde vão.

Livros consultados:
De Allan Kardec:
- “A Gênese, caps, VI, XI e XIV:
- “O Livros dos Espíritos”, perguntas 93-95, 150-152, 155, 186-187;
- “O Livros do Médiuns”, cap. I.
De Leon Denis:
- “Depois da Morte, cap. XXI.

Extraído do Livro Iniciação ao Espiritismo.

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